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"Aborrecer Pai e Mãe" Numa Visão Psicoterapêutica

Por Vanderli Pantolfi

Conflitos Familiares 


Na experiencia de clinica psicanalítica e terapêutica, pude observar ao longo dos anos, que quais que sejam os motivos que os clientes me procuram, tem sempre como base os conflitos familiares, mais especificamente   com os pais.  


Assim, diante de tanto sofrimento, fico às vezes, me questionando onde estão àquelas mães amorosas (quase santas), tão homenageadas em versos e prosas, nas escolas em cantos e explanações? Onde estão aqueles pais protetores, que sabem tudo, os verdadeiros heróis dos filhos apresentados nos filmes e estórias? 

A antropologia nos diz que a família é uma experiência nova na humanidade, apareceu cerca de mais ou menos 5 mil anos (a humanidade tem mais de 2 milhões de anos), antes vivíamos em bandos, uns cuidando dos outros, não havia a cumplicidade  que temos na célula familiar. 

Mediante essa informação é compreensível tantos conflitos familiares, afinal ainda estamos aprendendo a conviver fechados num grupo consanguíneo. Essa forma de união, acaba por limitar açoes e gerar dependências, carências, submissões e posses. 


Aborrecer (Odiar) os Pais

Entendendo que viver em família acaba por gerar conflitos que é muito natural, pelas diversidades de gostos, experiências e maturidades, quero linkar esse conhecimento a uma passagem que esta no Evangelho de Lucas, 14, 25-27, destacada também no Evangelho Segundo o Espiritismo no Capítulo XXIII como "Moral Estranha - Aborrecer pai e mãe", onde Jesus, O Cristo, diz: 

  1. ( )… – Se alguém vem a mim e não odeia a seu pai e a sua mãe, a sua mulher e a seus filhos, a seus irmãos e irmãs, mesmo a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. – E quem quer que não carregue a sua cruz e me siga, não pode ser meu discípulo. – Assim, aquele dentre vós que não renunciar a tudo o que tem não pode ser meu discípulo. (S. LUCAS, 14:25 a 27 e 33.). 

É compreensível porque Kardec ou os Espíritos entenderam como "Moral Estranha", afinal, essas frases não parecem estarem de acordo com a Moral do Cristo.  Sempre me questionei como O Cristo Jesus representante do puro amor, pôde ter dito essas frases. 

O que quero em linkar um assunto ao outro? O que tem a ver os conflitos presentes na família com a passagem de Lucas onde Jesus diz que devemos aborrecer os pais e familiares e negar até a si mesmo? 

Antes de qualquer coisa, esclareço que o que vou abordar é na minha visão psicoterapêutica, independente de linguagens, traduções ou crenças e costumes, sejam de hoje ou da época que foi dito ou escrito no evangelho.  

Assim sendo, para mim tem tudo tudo a ver, porque Jesus, O Cristo sendo o maior psicoterapeuta que existe, conhece a fundo a mente do ser humano, portanto Sabia o que dizia. E é dessa maneira, tomando por base essa linha de interpretação, que analiso abaixo essa passagem do Evangelho de Lucas. 

Para tanto, achei melhor separar as frases para poder entender melhor, vejamos: 

  1. Se alguém vem a mim. 

Quando alguém O procura, O chama, seja pela oração ou não, pedindo ajuda para vencer essa ou aquela dificuldade que esteja passando, ou ainda em busca de conhecimentos que libertam; se entende que se procura é porque confia Nele, confia que Ele pode ajudar. 
  1. e não odeia a seu pai e a sua mãe, a sua mulher e a seus filhos, a seus irmãos e irmãs, mesmo a sua própria vida
Jesus fala aqui da honestidade consigo mesmo. Quem de nós um dia não teve esses sentimentos por algum desses familiares, principalmente com os pais e inclusive por nós mesmos? O fato é que nem sempre admitimos ter sentimentos ruins,  como culpasódios, mágoas e ressentimentosNesse momento Ele nos pede que reconheçamos esses sentimentos em nós, afinal estamos num estágio de aprendizagem. (Esse trecho me lembra da “veste nupcial da festa de núpcias” e também “de quem não tiver pecados que atire a primeira pedra.” 

  1. não pode ser meu discípulo. 
Jamais pode-se ser discípulo de Jesus, sem que admita ter esses sentimentos que estão ainda  presentes em nós seres humanos. A questão aqui é que apesar de ser vulnerável,  para ser discípulo de um Mestre, tem que seguir sua conduta, assim se esforçar para à cada dia vencer a si mesmo, como Ele, O Mestre, nos ensina. 

  1. E quem quer que não carregue a sua cruz e me siga, não pode ser meu discípulo 
Aceitar seus defeitos, seus limites, sua vida. Aceitar suas raízes, seus pais e familiares, enfim sua cruz,  estar de bem com todos eles, inclusive consigo mesmo, é o passaporte para trilhar os caminhos Dele. 

  1. Assim, aquele dentre vós que não renunciar a tudo o que tem não pode ser meu discípulo. (S. LUCAS, 14:25 a 27 e 33.). 
  2. Renuncia nesse contexto, significa liberdade. Dessa forma, renunciar a auto perfeição, assim como renunciar aos bens materiais, renunciar à tudo e à todos, trabalhar o desapego, enfim realmente aceitar a si próprio e ao outro como ele é. Agindo assim, passa a ser mais feliz e não tem mais necessidades de se apegar a nada, nem a ninguém, inclusive a própria vida. Então poderá servir como Ele o fez e faz, Liberto e Feliz. 


Estou sempre me questionando, como ajudar a aliviar de forma mais rápida o sofrimento dos clientes nos seus relacionamentos. Assim enquanto  tomava banho (um dos melhores momentos para intuição e inspiração), dias desse, compreendi a passagem do Evangelho de Lucas,  foi como se o véu tivesse caído dos meus olhos e vi com maior clareza essa verdade. 

Concluindo
Jesus, O Cristo, nessa passagem do Evangelho de Lucas, não quer nos dizer para que odiemos nossos pais e familiares, mas sim, que Ele nos aceita como somos, portadores ainda desses sentimentos, porque sabe que em família teremos conflitos esses que são ainda necessários para nossa evolução. Mas nos pede somente a sinceridade da aceitação que não somos perfeitos.  

Admitir e aceitar quem somos, onde estamos e com quem nos relacionamos, que temos sim sentimentos de ódio, raiva, mágoa ou inveja, seja por quem seja, pelo outro, por nós mesmos e inclusive pelos nossos pais, que são nossas raízes, é naturalmente Ser Humano.  

Compreender isso e esforçarmos em sermos melhores, desapegando de tudo que nos faz sofrer, dia-a-diapara que sejamos exemplos, (e não apenas palavras que sem ação, são mortas.), com nossos atos diários no servir amando-nos e, dessa forma, consequentemente manifestamos esse sentimento para o mundo, contribuindo para que ele seja bem melhor. Só assim seguimos seus passos sendo discípulos livres e felizes, como o Mestre. 

Portanto ao meu ver, nosso trabalho como psicoterapeutas é ajudar o cliente que nos procuram, a entender tudo isso, a aceitar seus pais e familiares e à sua própria vida; porém se quiser mudanças, que ele compreenda também que está nele a solução.  

É importante que perceba que seus pais não são perfeitos, assim como ele também não é. Que seus pais não são santos ou super heróis, mas que se esforçam na maioria das vezes para preencher as suas carências, claro que existem, os pais que não conseguem assim se expressar, talvez por suas crenças e criações, mas também a isso temos que ajudar o cliente a entender.

Para tanto lançamos mão de técnicas terapêuticas numa regressão às suas origens literalmente falando, assim como para o início dos seus conflitos, permitindo compreender e assim sendo libertar-se, tornando-se mais feliz.  


Vanderli Aparecida Pantolfi da Costa é Palestrante, Psicanalista
Saiba o que é: Terapia online
                                     


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