Hoje sabemos que o acesso a informação é essencial para
tomada de decisão. Essa atitude que tanto demanda no dia a dia de todos tem grande impacto e dimensões desproporcionais
frente ao tamanho das necessidades de
quem convive e vive a realidade de ter um familiar com demência,no caso
a doença Alzheimer que entre as demências
é a de maior incidência. Os dados e projeções nos mostram o mapa atual e o que
podemos fazer e o quanto se avançou na
última década relacionado ao acesso sobre tudo que se refere sobre a origem da doença, a progressão, sub tipos de
demência, detecção precoce, diagnóstico e prognóstico, manejo em cada
etapa, cuidados ao final da vida (cuidados paliativos) direitos e muitos
protocolos e diretrizes para embasar, numa tentativa de padronizar o suporte
nessa trajetória de tantas faces e facetas. A literatura e inúmeros estudos afim de subsidiar e orientar através da
ciência o cotidiano caótico de milhares
de famílias que se vêem desprovidas de quase ou nenhum cuidado ou suporte
social e de saúde. O que podemos fazer?
Muito! São nas pequenas atitudes que encontramos grandes resultados.
Veja algumas orientações básicas para o
dia a dia relacionadas a prevenção e a
superação de prejuízos relacionados a capacidades que possam estar
comprometidas e progressivas:
1. Percebeu algo diferente no adulto idoso relacionado a memória, apatia ou mudança de comportamento?
Reúna a família imediatamente e busque informação preferencialmente com o
médico. Caso não tenha acesso, converse com um
amigo, vizinho ou outro familiar.
2. A tendência ao perceber “que algo está acontecendo de diferente ”é acreditar que faz “parte da idade” e deixar para ver depois... Não!!
3. O tempo é um grande aliado e quanto antes forem adotadas medidas de “prever a ação = prevenção, mais rapidamente se tem acesso ao que está acontecendo, que muitas vezes pode ser modificável através de pequenas mudanças na rotina.
4. Você está sobrecarregado e sente que é mais uma tarefa que “você foi “escolhido” para assumir?
Geralmente uma pessoa fica responsável ,
e se torna o cuidador familiar.
Se você não quer ou e não pode, comunique.
5. Comunicação. Parece óbvio mas todos nós esquecemos que se não houver comunicação, tudo, tudo fica comprometido, portanto, desde o início, é essencial conversar, e preferencialmente integrar-se ao contexto.
6. Em geral aquele familiar que percebe algo de diferente é também o familiar que fica responsável quase que naturalmente por informar a família o que está ocorrendo.
7. As alterações no portador da doença , características e primeiros sintomas geram dúvidas, conflitos, stress, que não aparecem de repente. É ao longo de um período percebido ou não. A conversa aberta sobre essa situação é o primeiro passo para que o núcleo familiar se intere sobre a situação e a partir desse momento, se inicia as possíveis soluções, problemas e desafios. O portador familiar, a pessoa pode muitas vezes estar em um sofrimento silencioso que pode ser evitado.
8. Sendo o envelhecimento um processo individual e único o seu desenvolvimento é quase que uma equação, sendo a soma dos anos cronológicos vividos e vivenciados (idade) mais a combinação do estilo de vida, (anos biológicos) em conjunto com as oportunidades e o seu ambiente, é necessário entender e compreender que essa trajetória é a construção que irão definir o seu momento atual e as vivências adquiridas.
9. Enfrentar esses multi fatores citados num sistema nacional de pouco suporte (políticas públicas e privadas atrasadas e por vezes ineficientes) obriga a todos a colocarem a “mão na massa”, daí a necessidade de:
*Identificar a situação atual e real; Fuja dos achismos e não dê medicação sem consultar o médico;
*Comunicar a família e os principais
envolvidos nessa relação afim de
garantir inicialmente ações que gerem
resultados e respostas a pessoa, sujeito e a todos envolvidos;
* Buscar a comunicação e suporte entre os seus familiares, quando não
houver, buscar através do CAS(Conselho
Assistência Social, MP ( Ministério Público), CNDI (Conselho Nacional
Direitos do Idoso) entre outros;
*Acionar a rede de suporte
inicialmente o médico, o gerontólogo, profissionais capacitados com formação e informação humanizada em envelhecimento e velhice, afim de garantir as necessidades apresentadas com qualidade e segurança.
inicialmente o médico, o gerontólogo, profissionais capacitados com formação e informação humanizada em envelhecimento e velhice, afim de garantir as necessidades apresentadas com qualidade e segurança.
Por último a dica/orientação 10 é de extrema importância:
10. Empatia, todo mundo fala mas quem realmente pratica? A capacidade de se colocar no lugar do outro e gostar de gente que “velhece”, se torna “velho ser”. É preciso saber cuidar, querer aprender e se não há outros para essa ação, a benção ou horror que muitos enfrentam e assim classificam a doença de Alzheimer que busque outras alternativas. O medo só persiste para aqueles que não tem ou não o enfrentam com Coragem e com Amor.
Em toda jornada há múltiplas escolhas e caminhos. Nesse ano, opte por caminhos possíveis e de via dupla. O AMOR GOSTA de reciprocidade. Já o abandono, o
preconceito e os mitos sobre essa realidade, (Alzheimer e doenças similares) se emaranham e intoxicam mais do que é preciso suportar, além da sua própria origem.
Invista em você! Somos melhores unidos e
para alguns mesmo parecendo piegas, em conjunto, em colaboração, em combinação
em comunhão, somos mais e muito, muito melhores!
Notas:
SBGG – Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia;Editora
Manole;2014
Idalberto Chiavenato
- Gestão de Pessoas ;Editora Elsevier;2006
Doença de Alzheimer
O Guia Completo - Poirier,
Judes;Gauthier Serge ; Editora MG;2016
Daniela
Stein é Palestrante e desenvolve Mentorias e Consultorias presenciais e
Online. Especialista em Longevidade - Geriatria e Gerontologia
Interdisciplinar e Ciências do Exercício e Coach Integral
Sisitêmica, Graduacão em Educação Física. Membro voluntária /colaboradora
da ABRAz Associação Brasileira de Alzheimer desde 2004, atualmente está
na Comissão Nacional dos Grupos de Apoio da ABRAz. Daniela
Stein Desenvolveu serviços e infoprodutos baseados
em sua experiência e pesquisa observacional empírica. Com 27 anos de
experiência e mais de 200 atendimentos domiciliares através de programas
de Gestão da Saúde + Atividade Física Integrada. Sua paixão por pessoas e
história pessoal, a levou desde cedo a se interessar pelo público
adulto, sênior e idoso 60+com saúde e doenças.
Contatos: @danielasteinoficial
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