Por Vanderli Pantolfi
Eu já tive muitos
medos!!
O medo, é uma emoção básica como a alegria, tristeza, raiva e nojo,
sendo assim é importante para nossa sobrevivência.
O medo seja em nós humanos ou com os animais, nos mantém alertas a
algumas situação de perigo iminente, nos motivando a evitar certas situações ou
a escapar delas.
Quando sentimos medo, seja em situações de perigo ou de preocupação
imaginando que algo aconteça de ruim, ativamos nosso sistema límbico, responsável
pelas nossas emoções. Com o estresse e ansiedade o organismo libera substâncias
como a adrenalina, enrijecendo os músculos, para que o processo de “luta ou
fuga” aconteça – luta para enfrentar essas situações e fuga para ficar bem
longe delas.
O problema é que atualmente estamos sempre estressados, mais ainda agora
com a pandemia, o medo se faz presente o tempo todo, passando a fazer parte da
nossa rotina.
Com o Coronavirus o medo de se contaminar, somou-se a tantos outros
medos diários, como: perda do sustento próprio e familiar; medo da violência,
de doenças graves, da própria morte e de familiares, etc.
Nesse contexto, a mídia procura prevenir quanto aos cuidados básicos com
a pandemia, assim como demonstra os números reais de casos e mortes, o que é necessário,
claro, porém, acaba por provocar pânico em muitas pessoas, que chegam a adoecer
só por conta do medo da doença e suas consequências.
Reflitamos que estamos num momento único da humanidade em nossa geração.
Como não conhecemos isso, não vivemos isso antes, nos causa insegurança e medo.
Dessa maneira, o medo aparece destacado, e, portanto, é necessário entendermos
os diferentes tipos de medos, para esclarecermos porque as pessoas reagem de
forma diferente em relação a essa emoção.
Vou começar com minha experiência antes de falarmos dos tipos de medos.
Eu tenho 55 anos de vida, mas, passei a maior parte de minha vida com
medo, medo de ladrão ( não era de assalto ou roubo, explico melhor jajá.), medo
de doenças, de perder um ente querido, de acidente, de não ter como sustentar a
família, de ser abandonada, de ser julgada, de não ser amada, de doenças
transmissíveis, nossa, entrava em pânico.
Meu medo de ladrão começou ainda muito criança, sempre fui sensitiva,
então ouvia muitos sons a noite, meu pai dizia que eu ouvia um gato atravessar
a rua, como pode ser isso? Tamanha sensibilidade, como não entendia o que
acontecia por ainda ser criança, eu achava que era ladrão, então todas as
noites pra mim era um sofrimento, dormia com a cabeça coberta, mas, não
adiantava nada, eu ouvia: pessoas correndo em volta da casa, fazendo barulho,
me chamavam, aff, eu tremia de medo; contava para os meus pais e eles diziam
que não era nada, imaginação minha. Só tinha alívio em dias de chuvas, porque
na minha inocência, ladrão não saia para roubar porque se molhava, então por condicionamento
mental acredito hoje, eu não ouvia nada e dormia em paz.
Desde nova ainda,
quando o telefone tocava, achava que era pra avisar que aconteceu um acidente e
alguém morreu; Se algum familiar ou eu mesma sentia algum sintoma físico, já
achava que era uma doença grave e que ia morrer.
Já com o financeiro,
passei muito tempo da vida preocupada com as contas sem saber que deveria focar
na receita, e não nas dívidas, hoje eu sei que no que eu focava era o que eu
tinha. Achava que não era capaz de ser amada por ninguém e isso me deixava
insegura, apesar de receber muito amor da família.
Quando ouvia na TV ou
rádio uma nova doença, eu realmente entrava em pânico, o sofrimento era
terrível. Além de viver um eterno sofrimento sem paz, eu seqüestrava a família
nesse meu medo, controlando-os e provavelmente causando neles partes de minhas
neuras, afinal, hoje eu sei que foi por carência interpretada como uma rejeição
e crenças de meus pais, religião e cultura que me causavam todo esse medo.
Então, existem os
medos patológicos pontuais causados por traumas que você pode identificar com
facilidade ou não; morte, doenças, acidentes, bichos, escuro, faca, etc. Mas,
existem também os medos patológicos inconscientes, representativos, que estão
agindo o tempo em nós sem que tenhamos qualquer controle ou entendimento do que
acontece, e pra cada pessoa tem uma intensidade, visto que as experiências são
muito subjetivas e estão ligadas a forma como entenderam a situação.
No filme “7 minutos
depois da Meia Noite” vemos isso acontecer, na representação em forma de
monstro do medo da perda da mãe do personagem infantil Conor. O medo de ficar
só para ele, se faz muito maior do que a própria perda da mãe. Conor
vive um inferno e seu frágil organismo em constante estado de vigília (
sistema límbico ativado) causa-lhe sofrimentos. Portanto, esses medos
representativos, às vezes são mais difíceis de tratar porque sua origem
escondem no inconsciente, e há, necessidade de fazer um trabalho de sondagem
para chegar até ele e resolvê-lo.
Assim como para Conor o medo da perda é maior que a própria perda, nós
sofremos mais com o medo do que os motivos que nos levam a senti-lo. Você já
analisou quantas vezes se realizaram os medos que tanto te fez sofrer?
Provavelmente quase nenhum. Então, por que tanto sofrimento?
Porque isso vai além de nosso controle, esses medos são patológicos,
e portanto precisam ser tratados e resolvidos. O medo patológico tem
que ser compreendido mentalmente, liberado emocional, mas também liberado
fisicamente, visto o efeito degenerativo que pode causar no organismo se não
for tratado.
Entendendo todo esse
processo a partir das minhas próprias experiências como cliente e também como
terapeuta hoje me sinto muito leve em relação ao medo, entendi que precisava
vencê-los, nesse percurso então eu decidi enfrentá-los, buscando suas origens e
resolvendo-os.
· O medo de ladrão,
sei que sou sensitiva e hoje compreendo muito bem o processo, e sinto gratidão
por poder ajudar;
· O medo de
acidente, entendo que nada acontece antes da hora, e que não posso e não
quero estar no controle de tudo, que a vida segue seu rumo apesar de nossa
preocupação;
· Da doença, hoje
sei que quando a boca não fala, o corpo fala; então a doença só vem te convidar
a mudança de comportamentos que te faz infeliz;
· Não me preocupo
mais com as dificuldades financeiras, porque hoje as vejo como oportunidades
que me ensinaram a focar na prosperidade e abundância liberando de vez a
escassez de minha vida;
· O medo de ser
abandonada, ou não amada; acabou por completo, porque encontrei a única pessoa
capaz de preencher esse vazio, eu mesma! Assim estou pronta pra viver qualquer
relação sem apego ou controle, respeitando e amando; procurando aceitar cada
qual como é;
· As doenças
tansmissíveis como o Covid-19, entendo que, não há acaso e seja o que venha
acontecer há uma razão e aprendizado e é necessário confiar, me sinto calma e
tranqüila, sem ser negligente nos cuidados.
· O medo da morte,
ressignifiquei, com o entendimento de um processo natural através
das experiências em clinica de regressões a varias tantas mortes que já
passamos e mais precisamente com a experiência da morte de minha mãe, que
pra mim foi um processo tranqüilo apesar de muito dolorido pela ausência
física. Ainda essa semana me veio um pensamento: Se minha mãe foi, então eu e
qualquer pessoa pode ir também, porque esta tudo bem.
Assim, há de se dar
atenção ao medo, e jamais ridicularizar, ou subestimar um medo, seja qual for,
porque não sabemos o que o originou, de um trauma, ou carência seja ela qual
for.
Se você vive em
constante medo como eu vivia, saiba que você pode se libertar e encontrar O
Caminho da Felicidade, porque eu encontrei, e se eu encontrei, você também
pode!
Não digo que não
tenho mais medo, mas, o medo pra mim hoje tem a conotação que deve ter de me
preservar, seja minha saúde mental, emocional, física e espiritual. Dessa
forma estou no caminho do aprendizado que pra mim hoje é muito mais leve e
feliz.
E para terminar, há
uma cena de minha infância que minha mãe me pediu par buscar ovos numa granja
próxima. Eu fui com uma cestinha de palhas na mão. Lembro que da rua tinha uma
estradinha de terra pequena e estreita que levava a granja, adentrei e ao
chegar lá, havia uma casa, então bati palmas, e apareceu um cachorrinho
pequinês que veio pra cima de mim latindo de forma ameaçadora, eu reagi
com medo, virei e comecei a correr do cachorrinho pela estradinha, quanto mais
eu corria, mais ele latia e corria trás de mim, porém em determinado momento,
eu pensei, eu sou maior que ele, porque estou com medo; e de supetão virei e
ameacei-o com a cestinha, ele se assustou, colocou o rabinho embaixo das
perninhas e saiu choramingando, então voltei a ganja, comprei os ovos e me
senti muito orgulhosa de mim, contando a todos ao chegar em casa.
Essa historia me
ajudou a decidir que eu podia vencer meus medos, eu só precisava querer.
Se eu posso, você
também pode! Se quer também ser feliz, busque ajuda como fiz, pois ninguém
merece viver com Medo!
Assista ao vídeo da Liveterapia desse tema:
Contato e Minhas Redes Sociais: https://bit.ly/34xi78S
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