Por: Vanderli Pantolfi
NO PROJETO LIVETERAPIA: A
ESCAVAÇÃO – POR QUE ESCAVAR O PASSADO?
Como
sempre, impossível não ter spoilers,
(pra quem não sabe o que significa, são informações dos filmes ou séries, que
não deveria revelar para quem ainda não assistiu), mas não tem outro jeito, não
tenho como colocar minha visão psicoterapêutica sem analisar falas, gestos e
comportamentos dos personagens. A intenção é que desperte em você a vontade de
assistir e poder aprender algo de bom com os personagens, buscando sempre o
caminho da felicidade.
Vamos lá:
A
Escavação, filme de drama da Netflix, baseado no livro do mesmo nome de John
Preston com foco na arqueologia, conta a história de um escavador, e não
arqueólogo, como costuma dizer o próprio personagem Basil Brow.
Ele
embarca na escavação inicialmente com dois ajudantes e descobre uma câmara mortuária
de um navio enterrado, muito importante para a história e valioso também,
depois disso outras pessoas aparecem para assumir e ajudar. Porém, o filme, não
fica só nisso traz também uma lição de vida sobre o que se leva da vida e a
reflexão do antes e depois no momento atual.
Esse
filme nos diz sobre que tipo de memórias queremos deixar para aqueles que
amamos e para futuras gerações. Mas, vai mais fundo ainda, para a protagonista
Edith Pretty (Carey Mulligan) que mora com seu filho Robert (Archie Barnes) em
uma mansão em Suffolk, na Inglaterra. Edith vive a experiência da descoberta
através da escavação, de artefatos de um morto do passado, com sua história
relatada na descoberta, ao mesmo tempo
lutando pra superar a morte do esposo e enfrentando seu próprio dilema da
vulnerabilidade de se manter viva.
Numa
Visão Psicoterapêutica faço aqui uma analogia do filme com a Terapia de
Regressão ou Terapia Regressiva.
Então, POR QUE ESCAVAR O PASSADO?
·
No filme, para o protagonista
Basil, porque diz quem ele é.
Basil Brow |
Ele
fala: “Porque sou escavador e sou bom nisso! Foi o que meu pai me ensinou, o
que meu avô ensinou pra ele. Porque identifico qualquer punhado de terra de
Suffolk e eu sei exatamente de onde saiu.
Na
visão psicoterapêutica vemos na profissão herdada as crenças de Basil, preso na
visão limitada. Apesar de ser prazeroso, vemos a dificuldade do próprio
sustento nessa profissão já em três gerações. Se ele tivesse filho, teria uma
chance de mudar essas crenças. Assim vemos famílias inteiras presas à mesma
profissão, não porque gostam como parece ser o caso do protagonista, mas sim
pela necessidade e por achar que não tem outra opção, mas tem sim! Dessa forma
encontramos pessoas infelizes que mal se sustentam em suas profissões, e ainda
com uma grande responsabilidade de manter ou superar os antepassados nos
negócios. Essa carga gera muita ansiedade e sofrimentos para as pessoas. Surgem
assim as doenças passadas de gerações a gerações.
·
Na terapia
Regressiva para liberar crenças
Buscar
nossas crenças limitantes que estão a nos fazer sofrer, passadas de gerações a
gerações como na família de Basil, passada por famílias, pelas sociedades, pelas
culturas e pelas religiões. Buscá-las e liberá-las, para que sejamos mais
felizes. Escolher as crenças que queremos que nos façam bem, porque afinal não temos só crenças que criam conflitos e sofrimentos incompreendidos,
temos também crenças que nos proporcionam felicidade, aprendizados e também de superações.
POR QUE ESCAVAR O PASSADO?
·
No filme, para Basil (Beisol) por ser importante para encontrar o “laço” como
diz sua esposa:
Basil Brow e esposa |
Na Visão psicoterapêutica, saber seu propósito
de vida traz preenchimento e satisfação, mesmo tendo uma vida modesta e simples
como Basil.
·
Na terapia
Regressiva a importância de conhecer nossa vida:
Escavar nossa vida, desenterrar do
inconsciente a nossa história, a nossa união do hoje com o nosso passado seja
ele de momentos atrás, da juventude, da infância, do feto e ou de existências
pregressas que estão ativas em nós de forma inconsciente, mas que em alguns
momentos nos incomoda, apesar de que em outros nos ajuda. Buscar nosso
propósito de vida, o que nos realiza e nos satisfaz. Entendendo nosso passado,
estamos bem no presente e tudo isso refletirá também no que seremos no futuro.
POR QUE ESCAVAR O PASSADO?
·
No filme para a jovem Peggy Preston traz
compreensão
Peggy e Rory Lomax |
Peggy no filme chega à escavação direto da lua de mel com o marido que a
repele sexualmente. No convívio com todos, ela entende o que acontece com ele apesar
da época ela tem a coragem de buscar sua felicidade num romance incerto, mas
real, com Rory Lomax, o jovem primo de Edith. Incerto porque Rory acaba de ser
convocado para lutar na guerra.
Na visão psicoterapêutica vemos pessoas conviverem uma vida inteira com
outras sem nenhuma afinidade e pouquíssimos momentos de prazer e felicidade. E por
quê? Por conta das crenças, medos, inseguranças, vergonha, filhos, e tantas
outras razões que no fundo é sempre crenças limitantes que aprisionam a
felicidade.
Com a
Terapia Regressiva:
Ajudamos as pessoas a se libertarem disso, na escavação do inconsciente
na busca do autoconhecimento, compreendendo sua vida, a vida de seus pais, de
sua ancestralidade. As pessoas passam a entender seu processo, saindo da vitimes,
assumindo as rédeas de sua vida e decidindo assim como Peggy pela sua
felicidade.
·
No filme para Edith
Edith Pretty |
No meio de uma tempestade de emoções e
inseguranças, passa a ser como uma comprovação da sua própria imortalidade, ao
descobrir nos artefatos as memórias de alguém morto a milhares de ano que
descoberto continua a existir contando sua história. Na descoberta se percebe que alguém projetou
para o futuro sua história.
Na visão psicoterapêutica, Edith vive uma
tempestade de emoções: carências pela morte do esposo, inseguranças reais
quanto ao futuro do filho, admiração e respeito por Basil tudo isso num momento
de muita ansiedade de conhecimento pela vida que tivera àquele da câmera
mortuária descoberta em sua propriedade. Vemos o sofrimento da personagem em
lidar com tudo isso.
·
Na terapia Regressiva:
A certeza que já vivemos várias existências e
que viveremos outras mais, porém agora com essa técnica que nos dá a
oportunidade de voltar, escavar nosso inconsciente e entender todo o processo,
ressignificando-o pode nos liberar já aqui no presente das amarrações da
ignorância que maltrata e nos faz sofrer, e ainda podendo projetar um futuro
mais consciente, leve e feliz.
POR QUE ESCAVAR O PASSADO?
·
No filme, para fazer justiça:
Por conta de ganância, orgulho e egoísmo de
alguém, se priva a descoberta do seu verdadeiro descobridor. Mas o passado
sempre volta, para corrigir o que estava errado.
·
Na terapia
Da mesma forma que no filme, se algo não foi
resolvido, se algo ficou mal entendido ou injusto, o passado estará sempre
presente nos dando oportunidades de revê-lo e entendê-lo e justificá-lo, assim
surgem os sintomas que acreditamos ser uma mal, mas que na verdade é o caminho
que vem para nos despertar. Dessa forma
é necessário entender também, que somos seres humanos feitos de corpo físico,
mental, emocional e espiritual, com a interação desses corpos agindo de forma
constante em nós, onde guardamos as emoções e reagimos a elas. Com a terapia Regressiva se descobre então
que passado, presente e futuro, estão todos juntos, no agora, pois, nossas
emoções, lembranças e crenças, sejam elas felizes ou não, estão aqui conosco no
hoje, a nos incomodar, a nos beneficiar, e nos despertar a essa realidade e da
mesma forma, por sermos o que somos hoje, podemos já nesse momento atual
projetar nossas emoções, nossos sonhos e realizações também no futuro, porque
estamos aprendendo a entendê-las.
Enfim,
mesmo sabendo que ninguém vive pra sempre, e nada de material levamos dessa
vida, filmes assim, falando de forma racional, nos lembram que permanecemos
vivos por meio de nossas histórias que é o nosso maior tesouro após a morte
material. Histórias e lembranças, como também objetos, imóveis e artefatos que
um dia foi nossos e que no futuro poderão ou não contribuir com a história.
Pra encerrar, na visão psicoterapêutica do
filme, o momento presente de Edith trouxe o passado de alguém e ambas as
histórias, desse alguém e a história dela própria foram projetados para o
futuro que é nosso presente atual, e isso nos mostra que a vida continua, numa
constante interação do passado, presente e futuro, SEMPRE RUMO A
FILMEterapia
Eu amo filmes e séries, e assistindo encontrei uma forma de dividir com vocês minha visão psicoterapêutica do enredo, sempre com o objetivo de esclarecer aos relacionamentos e compreender os comportamentos dos personagens; Trazendo para vida real como entendimento de vida, liberação de conflitos para cada qual encontrar o caminho da felicidade.
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