Em alguns casos, a ansiedade associada ao emocional da pessoa tem o seu foco em uma experiência vital pregressa. É o que veremos a seguir, na abordagem de dois casos aos quais denominamos: "Mãos e pernas inquietas".
Mãos Inquietas
A pessoa do sexo feminino tinha uma compulsão pela organização doméstica, era inquieta, ansiosa, intolerante e impaciente com o marido que era uma pessoa de temperamento calmo. Gostava de passear, viajar e não imaginava-se uma idosa tranquila e acomodada na terceira idade.
Após algumas sessões de psicoterapia de orientação psicanalítica que focou a vida atual da pessoa, fomos para a sessão regressiva de memória em busca de mais informações sobre o seu passado. Na experiência regressiva ela viu-se em uma região fria e inóspita.
Morava sozinha e isolada em uma cabana de troncos de pinheiro. Uma moradia de época, rústica, mas suficiente para abrigá-la do intenso frio que fazia na maior parte do ano.
Conforme o seu relato, ela teve um relacionamento com um homem que saiu para a guerra e não retornou. A partir de então, ela viu a vida passar sobrevivendo com muitas dificuldades. Sentia-se triste, solitária e presa naquele lugar, pois já era uma mulher madura, cujo único "contato" com outro ser humano era quando caminhava até um cerro alto na esperança de avistar uma carruagem ou cavaleiro que passasse pela única estrada que existia na região.
Alimentava-se da carne de animais selvagens abatidos em armadilhas, cuja pele e outras partes do corpo, ela aproveitava para a confecção de roupas e utensílios domésticos. Desta forma, viveu até a velhice, quando desencarnou sentada numa rústica cadeira de madeira.
Pernas Inquietas
Pessoa do sexo feminino, jovem e estéticamente bonita. Queixava-se de crises de tristeza, melancolia e enxaquecas de fundo emocional, apesar de ter uma vida movimentada e de "ter os homens aos seus pés", como dizia.
Gostava de festas, baladas e tinha muitos amigos que a convidavam para viajar porque a consideravam uma companhia divertida, alegre e simpática. Em algumas situações servia de "ombro amigo", em outras, tornava-se temperamental e geniosa.
Fato que contribuía para tornar de curta duração os seus relacionamentos amorosos.
Gostava de festas, baladas e tinha muitos amigos que a convidavam para viajar porque a consideravam uma companhia divertida, alegre e simpática. Em algumas situações servia de "ombro amigo", em outras, tornava-se temperamental e geniosa.
Fato que contribuía para tornar de curta duração os seus relacionamentos amorosos.
Após algumas sessões de abordagem psicanalítica da vida atual, fomos para a investigação profunda, via sessão regressiva de memória. Na experiência regressiva, ela viu-se no corpo de uma menina inválida, que era cuidada por duas criadas e que passava a vida no quarto de uma mansão. Uma ou duas vezes por dia, ela era levada por suas cuidadoras à sacada ou aos jardins da mansão, quando via circularem pela rua, pessoas vestidas à moda antiga e automóveis de época. Percebia que seus pais eram pessoas influentes na cidade, e que seguidamente recebiam convidados para jantares na residência. Reconheceu o seu pai da vida atual como o mesmo daquela vida, e a sua avó paterna da vida presente como a figura materna.
O tempo passou naquela existência, e ela permaneceu com a sua rotina limitada pela invalidez. Sentiu que desencarnou cedo, ainda bem jovem, com ressentimentos em relação aos pais e a vida reclusa que levou sem ter experimentado o prazer de viver.
Comentários:
Sob a ótica da Psicoterapia Interdimensional, as duas experiências regressivas mostraram o que as duas pessoas precisavam para compreender o significado da vida a partir das escolhas que fizeram durante o processo existencial do espírito reencarnado, ou seja, do princípio de que na vida nada acontece por acaso e que tudo tem uma razão de ser ou de acontecer. Nos casos descritos, o isolamento e a invalidez, características que marcaram as vidas passadas destas pessoas, são consequências de vidas anteriores a estas, baseadas no livre arbítrio e na lei universal da Causa e Efeito que vale para todos os seres dotados de inteligência.
Portanto, cabe ao psicoterapeuta fazer as interconexões da vida atual com as vidas passadas, através de interpretações para que as pessoas elaborem da melhor forma possível uma nova tomada de atitude diante da própria caminhada vital. Atitude consciente que pode alterar para melhor o modelo emocional-comportamental e romper com o ciclo vicioso de sentimentos negativos que acompanham estes espíritos em suas vivências na dimensão física.
O acesso ao passado, através do envolvimento em fatos e situações que fizeram parte de pregressas vivências, se bem interpretadas pelo terapeuta e bem elaboradas pela pessoa, serve para que ela desperte para o novo a partir da vida presente.
Nesta direção, além da mudança provocada pelo processo psicoterapêutico interdimensional, a pessoa deve assimilar que na existência humana, seja pelo bem ou pelo mal que fizemos ao semelhante ou a si mesmo, existe a lei universal de Causa e Efeito que é aplicada conforme as escolhas que fizemos durante a trajetória vital.
Nesta direção, além da mudança provocada pelo processo psicoterapêutico interdimensional, a pessoa deve assimilar que na existência humana, seja pelo bem ou pelo mal que fizemos ao semelhante ou a si mesmo, existe a lei universal de Causa e Efeito que é aplicada conforme as escolhas que fizemos durante a trajetória vital.
Em suas vidas atuais, as pessoas descritas nestes casos, encontram-se em situações diversas às mostradas em suas memorizações. Oportunidades para que curem as feridas da alma e libertem-se do ciclo vicioso de suas existências através do processo de autoconhecimento associado à prática consciente do ideal de bem comum e de amor fraternal.
por Flávio Bastos
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