Vou começar falando do O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS
É véspera de Natal, um momento em que a maioria de nós gosta muito dessa data. São momentos de reencontros familiares, trocas de presentes, carinho, confraternização; porém, é um momento também de reflexão, de reavaliar a vida, profissão, conquistas e fracassos. Mas, há também os que sofrem com essa data, por estarem sós, ou por não se relacionarem bem com a família evitam os reencontros, e se acontecem, acabam por gerar conflitos individuais e familiares por conta de emoções mal resolvidas, como carências e mágoas.
Empresária de sucesso criando trailers para o
lançamento de filmes, acostumada ao conforto material, Amanda inicia sua
aventura londrina, de forma desafiadora,
virando-se para levar a mala numa estradinha com gelo e neve, porque o taxi não consegue chegar até o chalé numa pequena vila próximo a
cidade, e tenta se adaptar ao pequeno chalé com suas limitações. Amanda não
consegue preparar seu café, mal cabe na banheira, bate a cabeça toda vez que
desce as escadas e não tem lugar para colocar suas enormes malas, apesar de
tudo isso, logo se ajeita com a companhia do cachorro de Iris, ao qual passa a
ser seu ouvinte. Nessa mesma noite, o que ela não previa acontece, o irmão
bonitão de Iris, Graham (Jude Law), sem saber das trocas de casas, bate a porta pedindo pra ficar hospedado por
conta do frio intenso e por ter bebido muito sem condição de dirigir.
Assim nesse trama, as duas mulheres terão de passar por provas, Amanda terá de voltar a chorar (teve um trauma com a separação dos pais) e Iris deixar de ser a melhor amiga e se tornar a mulher apaixonante. E, como sabemos, para curar um amor, só mesmo se permitindo a outro.
Então, Amanda e o bonitão Graham, começam uma relação e sem que se percebam já estão muito envolvidos.
Mais tarde Iris também descobre o amor com o Miles (Jack Black), que vai até a casa de Amanda como amigo do "ex" dela que foi expulso da casa. Conversas, jantares, afinidades e decepções amorosas acabam por uni-los e todos terão dias de descobertas inesquecíveis.
Agora vamos a MULHER
MARAVILHA
O filme começa nos dias atuais, numa reflexão de Diana em dizer que um dia também sonhou em salvar o mundo, ao ver uma foto antiga, retorna para a época da Segunda Guerra Mundial. Diana (Gal Gadot) nasceu na Ilha Themyscira, local inspirado na mitologia grega e que só habitava mulheres amazonas que são criadas para serem guerreiras imbatíveis.
A história que sua mãe Hipólita (Connie Nielsen), conta é que Diana foi criada do barro por ela mesma, pois, pediu aos deuses que lhe dessem a vida. Diz também que as Amazonas foram criadas por Zeus para proteger os humanos contra a ira de Ares (deus da Guerra) e que não permitiam a entrada dos homens e nem se casavam. Eram independentes e lutavam com os homens que tentavam dominá-las.
Desde pequena Diana traz o
espírito de uma amazona, que gosta de lutar. Sem que saiba quando criança, Diana
foi presenteada com os poderes dos deuses do Olimpo, sendo considerada uma
semideusa.
Adulta, e vencendo a vontade da mãe que ficasse longe das lutas, ela passa a treinar com a tia Antíope (Robin Wright), e em determinado dia um avião pilotado por Steve Trevor (Chris Pine) um espião, cai nos mares da ilha, seguidos por alemães que causam uma luta com as amazonas, que acabam por expulsá-los.
Contudo, sua paixão por Trevor a faz decidir ficar e lutar por um mundo melhor, com mais justiça, igualdade, paz e respeito.
Surge, assim, a Mulher Maravilha que se torna símbolo de força, empoderamento, inteligência e agilidade, numa época em que a mulher é submissa em todos os sentidos. Ela é poderosa, contra a ideia da superioridade masculina, empoderada, forte, dona de suas escolhas e cheia de coragem. Ela usa braceletes e tiara poderosos e tem sempre à mão seu laço da verdade, que faz com que aqueles que estão atados a ele não possam mentir.
O filme Trata de um amor entre pessoas, mas
também de um amor altruísta pela humanidade. Vemos a relação de Diana com a mãe e a tia, no
aprendizado do bem, do que é certo, com a
simpática Etta Candy (Lucy Davis)
conectada com a relação das mulheres e homens da época.
Passando por Steve Trevor , sua história de amor sincera e equilibrada sendo ele seu companheiro, para ajudar acabar com o grande mal que ameaça a humanidade.
Assim, diante do combate final com Ares, Diana vê seu amor Trevor morrer numa explosão do avião que por idealismo, levava o veneno para salvar a humanidade da destruição. Ao presenciar a morte do amado que se sacrifica pela humanidade Diana acessa o amor compaixão em todos seus aspectos.
Voltando em tempos atuais, compreende que antes de salvarmos o mundo temos que salvar a nós mesmos. Com esse confronto compreendido dentro de si, e com esse amor revelado, ela se descobre deusa e imortal, bem como descobre sua missão.
O
QUE ESSES DOIS FILMES TEM EM A VER?
No Amor não tira férias, começamos pelos corações partidos. O amor e a felicidade, sentimentos que buscamos naturalmente , mas que por parecer uma convenção social, estão de alguma forma determinando as nossas vidas, parecendo uma obrigação, uma meta a ser alcançada para que nos definimos como “pessoa feliz”. Na época do Natal, então, tais cobranças ficam como fundamentais.
Destaco a
fragilidade das relações humanas, o sentimento de insegurança que nos
inspira e os desejos conflitantes de apertar os laços e ao mesmo tempo
mantê-los frouxos, sendo um sinal das relações frágeis e inconsistentes que deixam todos
incertos no que tange aos meandros das relações afetivas.
Vemos as personagens do filme romântico numa fuga dessas relações, pelo medo do enfrentamento, e por sua vez a descoberta de Diana, a Mulher Maravilha diante desse tipo da relação afetiva. Entendendo que até os super heróis homens, como o Super Man, O Batman e o Homem Aranha, se tornam vulneráveis diante do amor, como qualquer ser humano.
Dessa forma, a falta que faz o amor na vida de mulheres bem resolvidas em a sua vida profissional como heroínas que são, Amanda, Iris e Diana, é natural como pra qualquer pessoa normal. Porém o que deve estar alerta, é quanto a subjugação e a dependência emocional que se pode criar, na busca de um par perfeito, que é uma ilusão, pois, ninguém é perfeito. Há sempre que estar atenta, que nenhum relacionamento se sustenta com atitudes de submeter e submissão.
Amanda e Iris é tão heroína quanto Diana, quando optam por mudar suas vidas, continuam guerreiras, independentes mas, decidiram e se permitiram viver o amor companheiro.
Assim
nós mulheres modernas podemos nos identificar com esse papel de guerreiras, pois
cuidamos de nossa vida, dos filhos, da carreira tudo, contrabalanceando com os
relacionamentos que
almejamos estáveis e felizes.
Resumindo, o que tem a ver pra mim nesses
filmes, O Amor Não Tira Férias e A Mulher Maravilha é que o caminho da
transformação das personagens para a sua realização no amor, passa primeiro
pela auto aceitação e amor próprio conquistado na decisão de mudar, entender e
compreender a si mesmas, como pessoas. Iniciou como mudança externa na vida de
Amanda, Iris e Diana, mas que por isso mesmo pode ativar as mudanças interiores
de cada uma numa satisfação em se permitir, se merecer e conviver com o amor e
a felicidade desejada. Assim como Amanda
e Iris se aceitam como são, se permitindo uma relação amorosa, companheira,
segura e feliz, Diana aceita o mal e o bem em si mesma e se torna um símbolo que pode espelhar o desenvolvimento
da mulher moderna em
seu processo de individuação tão e igual ao homem como seres humanos.
ASSISTA O VÍDEO AQUI: Vanderli Pantolfi
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