Por que Rede de Ódio?
Esse longa-metragem polonês dirigido por Jan Komasa (de ‘Corpus Christi’, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro) aborda justamente os limites e os perigos desse tipo de comportamento e desse subproduto da internet.
Tomasz (Maciej Musiałowski), um jovem estudante de direito é expulso da faculdade por plágio de um trabalho. Logo no início diante dos professores percebemos que tenta ser manipulador, mas fracassa. Depois, em visita a família Krasuck, família muito rica que o mantém na universidade, ele não informa o ocorrido e tenta ser carismático chamando o casal de “tio” e “tia”, como fazia na infância, quando a família alugava a fazenda de seu pai em férias. Esse seu comportamento, traz certo constrangimento para a família, além de ele deixar escapar que sabe muito sobre a vida da filha, Gabi (Vanessa Aleksander), o que não parece normal, já que tem tão pouco contato com ela.
Ao sair, deixa o celular gravando tudo que a família diz sobre ele, para logo depois voltar, fingindo que esqueceu no sofá e ouve o que falam dele: “esquisito” e “perturbador”, dizem com desdém e zombaria. Sua reação é fria e começa a mostrar sua personalidade.
Logo depois, ele é contratado por uma agência de mídias sociais especializada em destruir reputações no mundo virtual, onde fica incumbido de perseguir e difamar influencers e figuras políticas, como o candidato a reeleição a prefeitura da capital polonesa que vive uma onda de ódio aos imigrantes.
A
origem de Tomass não é revelada, mas se deduz pela conversa, que veio de uma
família pobre, provinciana e disfuncional. Ele cobiça a vida dos Krasuck e tem
uma fixação por Gabi, a filha do casal. Determinado
a se introduzir no círculo da família, ele não mede esforços para alcançar esse
objetivo, assim, no novo emprego ele cresce, pois tem o talento inato para trollar
(uma gíria da internet que significa zoar,
chatear, tirar o sarro), desinformar, mentir, arruinar reputações e
fomentar rancores.
Tomasz
passa a ter prazer em fingir que trabalha por um candidato liberal, amigo da
família Krasuck, também
liberal, mas que na verdade trabalha para o concorrente, e ao mesmo tempo ele
passa a incitar campanhas homofóbicas, racistas e nacionalistas contra o
candidato nas redes, cumprindo seu dever além da conta e ao mesmo tempo se vingando
daqueles que afastaram Gabi de perto dele e que se acham superiores.
Na verdade nesse longa, vemos um liberalismo deslumbrado da família Krasuck e a sua certeza de que são “melhores” chegando a serem esnobes e exigentes de mudanças para os outros, porém, se percebe que apesar disso, parecem sofrer pelo caos que vive o pais.
Um
filme perturbador, mas necessário por trazer questões reais e atuais.
Visões psicoterapêuticas dos personagens:
·
Age de forma carismático, manipulador;
·
Programa cada passo, sem se importar com as pessoas
ou situações;
· Totalmente livre de culpas.
· Mantém seu emocional e físico inabalável, de modo a
se organizar no seu comportamento criminoso.
· Não tem ligação emocional, apenas a fixação em
Gabi, como se fosse um desafio ou um prêmio.
Num exame
neurológico, o cérebro do psicopata é diferente das pessoas normais, o córtex
pré-frontal (a parte frontal do cérebro), que é responsável pela tomada de
decisão, comportamento social e expressão da personalidade, e a amígdala
(pequena área no meio), que é responsável pelas emoções, não se acendem na
varredura do cérebro de um psicopata, o que significa que há pouca ou nenhuma
atividade nessas regiões.
Isto significa que quando as pessoas “normais” estão à mercê de situações fortes de emoções boas ou sofridas há alteração no cérebro nesses locais, já no psicopata não há reação alguma, e isso explica porque mantêm o controle emocional em qualquer situação, como vocês podem ver no filme.
1. 3. Rapaz manipulado por Tomasz,
a chefe da agência os colegas de trabalho -
Ambos trazem as características de Sociopatas:
·
São de personalidade anti sociais;
· Costumam mentir, infringirem leis,
agirem impulsivamente e desconsiderarem sua própria segurança ou a segurança
dos outros;
·
São mais propensos a cometer crimes espontaneamente;
·
Distúrbio mental caracterizado pelo
desprezo por outras pessoas;
·
São capazes de sentir remorso e culpa;
·
São menos organizados;
·
São capazes de formar ligações
emocionais profundas, como com amigos e familiares.
Assim, psicopatia é uma forma muito mais
severa da sociopatia; pode-se dizer que todos os psicopatas são sociopatas, mas
sociopatas não são necessariamente psicopatas.
Esses dois transtornos de personalidade anti
social estão catalogados no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais), cujos principais sinais são o egocentrismo, falta de
empatia, espírito de manipulação, hostilidade e impulsividade (American
Psychiatric Association, 2013).
Esse filme, Rede de Ódio é um filme frio, provocativo e reflexivo, que tenta ligar o alerta dos riscos desses comportamentos analisados aqui.
Portanto, todo cuidado é pouco diante da rede!ASSISTA O VÍDEO AO VIVO AQUI:
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