SÉRIE SPIN OUT - BIPOLARIDADE, CARÊNCIAS, SUBMISSÃO, CRENÇAS, DESAFIOS. O QUE PODEMOS SUPERAR?


Kat e Justin em Série Spin Out


Por Vanderli Pantolfi

Por indicação de uma seguidora, vou falar hoje da serie spin out que foi lançada no início de 2020 na Netflix.  A protagonista Kat Baker, uma patinadora do gelo em ascensão, após sofrer uma queda desastrosa, é retirada de uma competição importante.  Agora para voltar precisa estar em dupla com Justin Davis, o que não é nada fácil pra ela, ambos assessorados por Dasha Fedorova, por isso só já que já é um desafio, porém Ela tem ainda que administrar as relações tumultuadas com a família, principalmente com a mãe e também sua irmã adolescente, e os amigos Jenn Yu e Marcus, também com seus problemas. Toda essa história como palco a pista de patinação no gelo com belas fotografias.

Essa série no meu ver psicoterapêutico traz como foco o transtorno de bipolaridade. Vamos falar desse transtorno mais para o final. Começamos pelas outras situações que os personagens dessa série apresentam.



·         Justin Davis

É um jovem patinador, filho de um grande empresário, que faz par romântico e na patinação com Kat.  Justin a princípio parece ser um jovem inconseqüente, filho de papai mesmo, porém, na terapia aprendemos a não julgar, cada ser traz suas razões para seus comportamentos, mesmo que esses sejam inconscientes como é o caso de Justin. Ele parece se sentir culpado pela morte da mãe, já que ela estava indo ver sua apresentação e morre num acidente. Essa culpa inconsciente faz com que se comporte de forma autodestrutiva.  Além de se achar o único que importa com a ausência da mãe, como ele faz questão de dizer ao pai, que casou novamente com Mandy Davis.

> Vemos na terapia várias pessoas que agem como Justin, por se acharem culpadas de algo, atraem situações e pessoas complicadas como forma de se punirem. Normalmente esses comportamentos são inconscientes e a pessoa luta racionalmente para ser feliz, mas esta presa a culpa inconsciente. Com a terapia, acessando o inconsciente, a pessoa passa então a entender todo o processo e supera o conflito, se libertando da culpa. 

·         Mandy Davis

É a madrasta de Justin, que apesar dele não acreditar de início, ela ama o pai dele e quer o bem da família. Trago Mandy porque também manifesta uma culpa pretérita em relação à maternidade e isso têm atrapalhado sua razão de ser mãe novamente. A maioria das mulheres tem uma relação de culpa com a maternidade, à culpa parece perseguir em todas as situações e processos. Mãe parece sentir culpa por tudo. Porém a culpa de Mandy foi pelo abandono numa fase que não tinha maturidade para a maternidade.

> Como é o caso de muitas clientes que fizeram abortos e a culpa as perseguem, principalmente quando desejam ter mais filhos. Trabalhamos na terapia, o autoperdão e o perdão ao feto. Há um trabalho totalmente voltado para o perdão do feto abortado, assim como da jovem que o praticou. Há um acolhimento da mulher atual à jovem do passado, num processo de perdão e dessa forma ambas superam a culpa.

 

·         Marcus Holmes

Um jovem negro que traz em sua memória de infância o medo de ser submetido e exposto por conta de racismo sofrido pelo pai. Por causa dessa crença, tem dificuldades de se permitir ser feliz profissionalmente, porque acredita não merecer, se submetendo a situação.

> Quantos de nós trazemos esse comportamento, em achar que não merecemos ter as cosias, viver uma relação de amor ou ter paz na família. Tudo por causa dessas crenças limitantes. Também como terapeuta de regressão tenho que dizer que já vivemos muitas vidas à margem da sociedade, sem direitos alguns; e muitos de nós ainda vivem essa realidade, infelizmente nem se sentem humanos. Lembro de um momento quando morava em Vitória da Conquista na Bahia, eu participava de um grupo de auxílio a pessoas carentes. E com ajuda da comunidade o grupo construiu uma casa de tijolos com piso de cimento para uma senhora que morava num barraco feito de madeira e papelão, o piso era terra, onde ali mesmo ela cozinhava e fazia as necessidades. Com a casa nova, descobrimos que o seu comportamento não mudou, ela continuou a fazer as necessidades no mesmo lugar, e o pior é que agora era piso e não terra. Essa senhora nem humana se sentia. Por tudo isso, precisamos nos conhecer e nos libertar da submissão a sociedade e da escassez que nos deixa infeliz, temos o direito de superar tudo isso e sermos felizes.

 

·         Dasha Fedorova

 A treinadora do casal de patinadores viveu quase uma vida, infeliz, por não poder assumir seu verdadeiro amor por conta também de crenças, preconceitos e julgamentos. Às vezes nós deixamos de fazer algo por nós mesmos, para agradar a sociedade, a família, os amigos, os chefes, etc. Não há nada de errado em querer agradar alguém, desde que isso não lhe cause dor, porque se causar, não terá efeito positivo. Todas as vezes que nos submetermos por algo ou alguém, vamos sofrer as conseqüências disso. Nascemos para sermos felizes, jamais devemos esquecer isso. Devemos fazer de tudo para superar crenças limitantes e julgamentos alheios.

 

·         Mitch Saunders

 O namorado da mãe de Kat e treinador de Serena. Traz em sua vida o medo da traição por já ter sido vítima. Com Carol, tem a chance de vencer esse medo.

> Precisamos saber que o que mais temos medo, podemos atrair para nós, seja porque estamos focados nisso, seja para que possamos de vez enfrentá-lo e nos libertar. Não existe coincidência! Isso também pode ser superado, desde que trabalhemos as reais causas que estão lá na infância nas relações com nossos pais.

 

·         Jenn Yu 

É a melhor amiga de Kat, que traz consigo a enorme responsabilidade de honrar a família por conta do grande investimento que os pais fizeram em sua carreira. Essa situação é um peso muito grande para essa jovem que não querendo decepcionar os pais, toma decisões que tem conseqüências infelizes e definitivas principalmente para ela. Em meio a tudo isso, a seu ver, se submetendo na relação de amizade com Kat.

> Muitos jovens como Jenn carregam esse peso do medo de decepcionar os pais desenvolvendo um processo de auto cobrança e culpa, gerando ansiedade, medo e sofrimentos. Importante como pais que somos buscarmos os diálogos com os filhos para ajudá-los a não entrar e superar esse tipo de comportamento. O primeiro passo é saber se os filhos estão felizes com suas escolhas e não exigir o que eles não estão prontos para dar.

 

·         Serena Baker

 Adolescente vivendo numa família que a mãe e a irmã são bipolares. Nada fácil para uma adolescente que necessita de proteção. Com a ausência do pai e as atitudes inconseqüentes da mãe, se sente desprotegida, se apoiando mais na irmã que tenta ajudá-la, mas que também tem seus problemas. Serena vive uma desilusão por conta dessa carência, experiência que muitos adolescentes passam por buscar fora de casa a proteção, apoio e segurança que deveria ter na família.

> É assim que muitos vão para caminhos de sofrimentos, com drogas, bebidas, libertinagem, marginalidade e até suicídio. Por isso, pais e mães, apesar de nossos problemas temos que estarmos atentos à nossas crianças e adolescentes. Sempre digo que pode modernizar tudo, mas jamais deixar o hábito da família se juntar a mesa de refeições, mesmo que seja apenas uma vez no dia. É o momento de confraternização e sabermos como estão nossos filhos e dessa formar superarmos em família os problemas que venham aparecer.

 

·         Carol Baker

A mãe de Kat que tem o transtorno de bipolaridade e por não ser disciplinada com a medicação, causou muitos sofrimentos as filhas e a ela mesma. Por medo de não acreditar ser possível alcançar o sucesso como patinadora, jogou a culpa na gravidez de sua primeira filha, sem imaginar as conseqüências terríveis que esse ato causou em Kat, tendo que levar essa culpa que nem é dela, mas que lhe causa sofrimentos. Porém, vemos uma pessoa perturbada, que oscila em suas emoções por conta da própria doença. Mas também, em alguns poucos momentos tenta ser uma mãe atenciosa, ficando evidente que ela ama as filhas, entretanto, as meninas guardam somente os piores momentos da mãe.

> Isso também acontece com quem traz magoas dos pais, não consegue lembrar-se de momentos bons, apenas de sofrimentos causados por eles. É importante saber que se esses pais não foram o que deveriam ser provavelmente porque assim como Carol são doentes, e o problema é que não diagnosticados. Sendo assim, na terapia ajudamos as pessoas a entender isso, compreender e perdoar, se libertando dos sofrimentos.

 

·         Kat Baker

Como a mãe, Kat tem diagnóstico de Transtorno Bipolar, porém, mantém o entendimento da necessidade de usar a medicação para controle, até perceber que se diminuir a dose do remédio, pode lhe dar a chance de se classificar, esquecendo que tudo tem consequências. A série se desenvolve, mostrando que Kat uma jovem aparentemente forte, pois, teve que amadurecer rapidamente para ser o equilíbrio da família, mas também vive suas dificuldades nos outros relacionamentos, afetivo, com os amigos e procura administrar sua carreira de patinadora que se complicou após um tombo num torneio.

> Assim como Kat, muitos filhos são arrimo de família, seja no âmbito financeiro, seja no emocional, sejam nos dois. Claro que tudo isso tem conseqüências, afinal as polaridades estão erradas. Filhos que ainda nem amadureceram não deveriam ser responsáveis por seus pais. Mas, a vida os leva a isso, e normalmente resultam para eles em sofrimentos, tristezas, mágoas, culpas, medos, ansiedades gerados por responsabilidades que não deveria ser deles. Trabalhar a empatia e o perdão a esses pais é nosso papel como terapeuta para ajudar esses filhos.

 E agora como prometido, vamos falar um pouco de Bipolaridade, Transtorno que afeta as personagens de Kat e sua Mãe Carol nessa série que traz ao conhecimento do público o sofrimento de quem apresenta esse transtorno e de seus familiares.

 Mais de 10 milhões de brasileiros apresentam o transtorno bipolar, que não tem nada a ver, com nossas oscilações de humor dependendo dos estímulos diários que recebemos, ou seja, hora estamos felizes, hora estamos tristes, esses são comportamentos normais e saudáveis.


 Já o transtorno bipolar é uma disfunção do funcionamento cerebral, de origem desconhecida, que se manifesta na adolescência, mas normalmente descoberto na fase adulta. Os danos são sentidos em todo o corpo e quem tem a doença sofre também com inflamações no organismo. Esse distúrbio mental apresenta-se na alternância entre episódios de euforia (mania) e de depressão; normalmente a fase de depressão é a mais longa. Entre essas fases há também a fase de normalidade.

 Na fase depressiva, a pessoa apresenta irritação, lentidão pela falta de energia, perda do prazer pela vida, oscilação do apetite, problemas cognitivos como falta de concentração e esquecimentos, dificuldades para decidir, isolamento social, pensamentos e idéias negativas de morte e suicídio. Carol na série vive algumas dessas situações, justamente por não usar o medicamento.

  Já na euforia, há exaltação de humor expansivo e até irritável. Pode surgir agitação, com falas e atos rápidos, insônia e pouca vontade de dormir, oscilação no apetite, dificuldades em se concentrar, agressividade, hábitos de riscos ligados a compras compulsivas e sexo sem proteção, além de pensamentos com delírios e alucinações. Soma-se a isso a outras doenças mentais, problemas cardiovasculares, diabetes tipo dois, abuso de álcool e drogas, e outros transtornos. Nessa fase vimos tanto Carol quanto Kat vivenciarem toda essa agitação e as reações das pessoas ao redor, em não saberem como agirem, por ignorar que ambas, filha e mãe, têm esse transtorno.  Na série em algum momento Kat fala com a amiga Jenn Yu, que na mania, ela parece ser outra pessoa, não parece ser seus sentimentos reais.


 Apesar de haver tratamento para que a doença seja controlada e o paciente consiga ter uma vida normal, o transtorno afetivo bipolar não tem cura, ou seja, não há nenhum método que elimine completamente os sintomas do quadro com a garantia de que eles não voltarão.

Portanto, fazer o acompanhamento psiquiátrico e usar o estabilizador de humor indicado são medidas essenciais.  Os antipsicóticos também podem ser prescritos. Além destes tipos de remédios, é essencial que o paciente faça, em paralelo, um acompanhamento psicoterápico, para aprender a lidar e controlar melhor os fatores que atuam para ativar os sintomas do transtorno.

 Dentre os acompanhamentos psicoterapêuticos temos a Terapia Regressiva que pode ajudar a pessoa a aceitar e conviver com a doença assim como outras que dependem de medicação como doenças do coração, diabetes, pressão alta por exemplo. Para isso a pessoa precisa estar medicada ou na fase de normalidade.


 Mas, existe uma técnica muito mais eficaz que é a RPP Ressonância Psicoterapêutica que independe do humor e emoções da pessoa. A técnica consiste em acessar o inconsciente da pessoa com Transtorno Bipolar, através do inconsciente de outra pessoa, um co-teraputa que assessora o terapeuta nessa técnica, sendo assim sem a interferência do consciente ou razão da pessoa é trabalhado as possíveis questões ligadas à doença. O tratamento é feito a distância e às vezes a pessoa com o transtorno nem fica sabendo, pois o tratamento é solicitado por familiares ou responsáveis. Na clínica da RPP constatamos que várias subpersonalidades (personalidades nossas de momentos passados dessa e de outras existências) ou presenças espirituais atuam em nossas vidas sem que percebamos, seja pra ajudar ou atrapalhar. Sendo assim, possa ser que isso seja algumas das causas de alguns transtornos bipolares, pois, esses assim como todas as doenças mentais apresentam vários níveis. Segundo Dr. Idalino Almeida o criador da Técnica de RPP, em relação aos clientes bipolar tratados com a RPP apresentam uma boa melhora no quadro, superando o próprio preconceito pela doença, passando a ter uma vida mais tranquila e feliz.

 Caso queira mais informações sobre as técnicas entre em contato comigo!

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Vanderli Aparecida Pantolfi da Costa é Palestrante, Psicanalista
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