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FILMEterapia: Como Estrelas Na Terra - "Todas as Crianças São Excepcionais" (Visão Psicoterapêutica)


Por Vanderli Pantolfi

No filme, o menino Ishaan (Darshell Safary) de nove anos, tem muita dificuldade para se concentrar nos estudos, e mal consegue escrever o alfabeto. A mãe tenta compreender o que acontece com seu filho, mas sente-se impotente e culpada. Depois de diversas reclamações da escola, e vizinhos, o pai, que acredita que Ishaan além de rebelde não faz as tarefas por falta de compromisso, e decide levá-lo a uma escola internato.


Essa ação leva o menino a entrar em depressão, pois, se sente castigado por algo que não consegue controlar, um lento processo que alimenta gravemente sua baixa autoestima, consequentemente a melancolia passa a ser seu estado de espírito dominante, gradativamente bloqueando-o ainda mais para os estímulos externos e convívio com os outros.

 

Vemos no filme que a escola, enquanto microcosmo está muito engessada pelas normas desgastadas da aprovação social.  Os que não conseguem se adequarem a esse molde passam a serem vistos dramaticamente como um fardo para todos, um enigma sem solução. Fica claro o despreparo de todos, diretores, coordenadores, professores em todo o contexto que o filme apresenta.

Porém, a vida nos coloca em situações, não como castigo, como acreditou Ishaan e como normalmente acreditamos, mas como oportunidades  de crescimento. Bom seria se pudéssemos ter fé, aguardar e observar, “ter olhos de ver, e ouvidos de escutar”, para que as oportunidades surjam nos libertando de nossos sofrimentos. Mas, não acontece assim, porque não nós permitimos liberar do controle, por medo e insegurança, e nesse caso, no filme, pior ainda, porque estamos falando de uma criança, que ainda não tem seu potencial intelectual desenvolvido, sendo assim, tudo que lhe acontece pode ter proporções imensas e apavorantes.

 

No internato, o professor substituto de artes, Nikumbh (Aamir Khan), que não é bem visto por seus colegas, provavelmente, pela facilidade com que o novato se conecta com a turma, causando talvez certa inveja, por conta dos comportamentos enferrujados e dogmáticos do corpo docente que consideram que o estilo do professor substituto não prepara os alunos para as dificuldades de uma verdadeira vida adulta. Ele apesar de se sentir triste pela incompreensão, não desiste e logo percebe o problema de Ishaan, a dislexia e caligrafia de "letras espelhadas", (invertidas). Por conta desse transtorno de linguagem, o menino tem dificuldades de ler e escrever resultando num comportamento sem interação com os colegas, se isolando entregue a depressão.


Assim o professor entra em ação com seu plano para devolver a Ishaan a vontade de aprender e, sobretudo, viver bem com seu transtorno. Nikumbh um ser humano que, motivado apenas pelo amor à sua função de professor, consegue operar com sua técnica multissensorial mudanças impressionantes. Ele então apresenta a classe todos os disléxicos famosos, valorizando as diferenças, usando a arte como forma de expressão. Inclusive se apresentando como dislexo, ele mesmo, para o menino, faz com que Ishaan se sinta acolhido e inserido na escola.

Quando o professor orienta a todos que o que ishaan tem é um transtorno de linguagem que lhe causa dificuldades de aprendizagem, ele não só traz a vida ao garoto, mas a compreensão de toda uma escola, professores, alunos e diretor, como também a seus pais e irmão.

O professor chama nossa atenção para a necessidade de observar e ajudar às crianças que apresentem dificuldades no aprendizado, observando suas reações, seja o problema que for, e jamais culpá-la pelas suas dificuldades. Incita-nos também, uma reflexão corajosa sobre o papel do ensino acadêmico, desde a tenra idade do aluno. Adestrar os alunos à competitividade desde cedo não seria prejudicial à formação emocional e psicológica? 

 E a família? Essa, da mesma forma precisa ser orientada que ter um filho não pode ser simplesmente a projeção das frustrações dos pais, ou o cumprimento de uma cobrança social. Ele como um verdadeiro professor prova que o único caminho amoroso de eficácia garantida é reconhecer as características individuais únicas de cada ser, com suas capacidades e limites, valorizando a beleza da complexidade de cada um.

          
    
Nesse filme a arte foi inserida como pedagogia motivacional livre de amarras, que permitiu ao professor e equipe a ajudar que todos, inclusive o diretor e professores, pudessem expressar as suas emoções e assim compreenderem que todos temos potencialidades a desenvolver. Essa é a função da arte de reinserir as pessoas na sociedade, valorizando-as a ampliar seus horizontes.


 

COMO ESTRELAS NA TERRA, um filme delicado e sensível, que salienta a importância de se destacar  o círculo de compreensão e empatia em nosso dia-a-dia, com compaixão, gentileza e amor para todos, sendo alunos, professores, coordenadores, diretores, família, sociedade ou simplesmente SERES HUMANOS.


ASSITA O VÍDEO NO YOUTUBE: Vanderli Pantolfi

 


Vanderli Aparecida Pantolfi da Costa é  Palestrante, Psicanalista


Saiba o que é: Terapia online
                                     
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