FILMEterapia: A GAROTA DINAMARQUESA Visão Psicoterapêutica dos Conflitos Sexuais

Por Vanderli Pantolfi

No longa, “A Garota Dinamarquesa” conta a história de Lili Elbe, o primeiro homem a se submeter a uma cirurgia de mudança de sexo na Dinamarca, nos anos de 1920.

 Na transsexualidade há o descompasso entre o corpo físico e o sentimento de identidade que remetem às identificações como ser humano. Assim sendo, existe uma desarticulação entre o sujeito do inconsciente com a ordem fisiológica remetendo ao polimorfismo de identidade sexual. Freud, o pai da psicanálise, dizia que todos somos bissexuais pelo menos em nível psicológico, e o filme traz elementos que abordam esse assunto.

 

O pintor Einar Mogens Wegener (Eddie Redmayne) casado há seis anos com a também pintora Gerda (Alicia Vikander). Ambos trabalham em casa cada qual em seu estilo de pintura e se ajudando cada um em seus trabalhos.

 

Certo dia, Gerda pela ausência da modelo no quadro que esta pintando, pede ao marido para que pose pra ela com vestimentas femininas. Então, bastou que Einar se deparasse com essa experiência para ressuscitar emoções inconscientes. Ao resolverem brincar com a situação ambos decidem ir há uma festa de pintores, porém, ele vestido de mulher, a Lili, nome dado por uma amiga do casal quando o viu posando para a pintura da esposa. As emoções sentidas ao entrar em contato com as roupas femininas, se tornaram incontroláveis quando Lili é beijada por um homem e essa cena é vista pela esposa, causando muitas dúvidas, medos e inseguranças na relação do casal.



 


No drama, O ator, ganhador do Oscar em 2016, consegue captar através de observações e treino, os movimentos, trejeitos, olhares, enfim o comportamento feminino. Einar passa pelo processo de autodescobrimento de forma muito rápida, talvez porque já trazia as tendências desde a infância, como ficou claro em sua experiência com seu amigo Hans. E também, na minha opinião, ele já trazia a essência feminina, o que ficou claro quando sua esposa o retrata dormindo em diferentes posições. Os desenhos nos mostram suavidade nas linhas da face, olhos, corpo, como personalidade feminina. 


Gerda como excelente pintora retrata realmente a alma de seu companheiro, a alma feminina que o sustenta, como fazem os melhores pintores. Ela é uma mulher a frente de seu tempo, mesmo com as dualidades de emoções que lhe causam sofrimentos, é capaz de superar o “moralismo” da época, seu apego, tudo em prol do verdadeiro amor, aquele que liberta e faz também o outro feliz.

 

 Então, começa para Einar a descoberta de seu lado feminino, na descoberta do corpo, do toque, dos gestos, da sutileza dos movimentos, roupas e acessórios femininos, o que passa a ser dominante em contrapartida ao sofrimento de Gerda que não sabe como lidar com a situação, porque vê seu esposo desaparecer surgindo uma mulher que ela não conhece, não quer, não entende, mas, apesar de tudo se solidariza por amor.

 Lembrando que o filme passa na década de 20, o que nos surpreende sua reação por conta dos costumes ortodoxos e tradicionais, além é claro dos preconceitos, porém são também questões bem atuais para muitas pessoas que vivem essa realidade.

Como indivíduos que todos somos, é necessário nos esclarecer sobre as várias formas de ser do humano, assim, nos libertando de preconceitos ao entendermos que todos temos o direito a felicidade seja ela qual for que nos façam felizes, respeitar isso é ser digno, isso é SER HUMANO!


Assista o vídeo sobre o tema no youtube:

Com o filme “A Garota Dinamarquesa” nós temos a chance para debatermos alguns dos conceitos mais fundamentais nas discussões contemporâneas sobre sexualidade: o sexo biológico, orientação sexual e identidade de gênero. 

Para tanto, além de minha interpretação psicoterapêutica, quis trazer também a visão de duas jovens sobre esses assuntos. 

Giovanna Castro é jornalista pela UNESP, já trabalhou com o público adolescente na revista Todateen, abordando temas como sexualidade e identidade de gênero. 

Beatriz Bueno é produtora cultural em formação pela UFF, Terapeuta Holística, Criadora de Conteúdo Digital Desmistificando Temas como: a relação do sexo biológico, energias yin-yang e identidade de gênero. 

Eu criei o projeto FILMEterapia pra te ajudar a ter uma visão psicoterapêutica dos filmes com o objetivo de lhe trazer uma analogia com sua vida e seus conflitos, seja identificando-os, ou até mesmo resolvendo-os.

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Vanderli Aparecida Pantolfi da Costa é  Palestrante, Psicanalista


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