FILMEterapia: ADÚ e a Minissérie ESTADO ZERO” – REFUGIADOS – O QUE NÓS TEMOS COM ISSO?

Por Vanderli Pantolfi


*Veja o Vídeo do FILMEterapia: ADÚ e a Minissérie ESTADO ZERO” – REFUGIADOS – O QUE NÓS TEMOS COM ISSO?
em: YouTube: clique aqui > Vanderli Pantolfi

Vamos começar falando sobre o filme ADÚ.

O filme inspirado em muitas histórias reais, conta a história comovente de um menino de seis anos fugindo de Camarões, sua terra natal, na tentativa de pisar em solo europeu. Sua história se cruza com as de Gonzalo que é um ambientalista espanhol e um pai sem rumo e uma guarda costeira na cidade de Melilha, cidade espanhola no norte de África, integrada no território de Marrocos,  que precisa enfrentar uma multidão furiosa de pessoas vindo da África subsaariana.


Adu (Moustapha Oumarou), e sua irmã mais velha, Alika (Zayiddiya Dissou), fogem de sua pequena cidade no interior do Camarões, porque estão sendo perseguidos por caçadores, após testemunhar um crime ambiental quando estavam passeando de bicicleta em meio a mata. Assim, começa uma viagem de aventura nada fácil para esses irmãos rumo ao encontro do pai numa cidade da Espanha. Porém em no percurso em pleno vôo clandestino viajando no trem de poso do avião, a irmã morre e seu corpo cai para fora do avião.

Adú sobrevive, mas desmaia, é socorrido e levado para os órgãos competentes. Lá conhece Massar (Adam Nourou), um rapaz vítima de abusos sexuais que também está a escapar do seu país. Massar ajuda e tenta defender Adú.


Ambos, conseguem chegar a Marrocos, embora com muitas dificuldades, desafios e um enorme espírito de sacrifício. E quando pensam que tudo ficará bem, são separados para sempre.

Ao mesmo tempo o ativista florestal Gonzalo (Luis Tosar) da reserva de Mbouma no Senegal, que tenta salvar os elefantes de caçadores da região, encontra a bicicleta e tenta achar o dono, como não consegue presenteia sua filha Sandra, que esta retornando da Espanha após tentar entrar ilegalmente no pais. Ela com dependência química, tenta se acertar com o pai que foi ausente durante a infância e adolescência;


Também em outro quadro paralelo, em Melilla, norte da África, Mateo (Álvaro Cervantes), um guarda civil tem a tarefa de proteger as fronteiras cercadas de arame farpado nas tentativas de desembarque dos refugiados vindos das regiões subsaarianas, contudo, ele precisa conviver com o peso da culpa de ter sido conivente com os colegas na morte de um refugiado quando tentava atravessar a cerca na fronteira.

Todas essas histórias acabam se cruzando em determinado momento do filme.

ESTADO ZERO

Na minissérie Estado Zero, inspirada em uma história real, sobre o sistema de imigração australiano pelo olhar de quatro personagens. Sem se conhecerem, eles se encontram em um centro de detenção para imigrantes na Austrália.


Vemos então, Sofie Werner (Yvonne Strahovski) que por transtornos emocionais e carência afetiva familiar, na busca de preencher esse vazio, busca ajuda numa organização de auto-ajuda semelhante a um culto, e o líder, aproveitando de sua vulnerabilidade, comete abuso com ela, criando mais conflitos emocionais e posteriormente ela é expulsa de lá. E procura de forma desesperada fugir daquilo tudo, se apropriando de um passaporte de outra mulher, e sendo presa, levada para um dos lugares de detenção de refugiados existentes na Austrália, pois, ela insiste em dizer que é alemã e quer se deportada para Alemanha.



Em paralelo, o Afegão Ameer (Fayssal Bazzi) e sua família, esposa e duas filhas, tenta de forma ilegal entrar na Espanha. Enganado pelos traficantes de pessoas, coloca sua família num barco clandestino e vai a procura do enganador, roubando o dinheiro, porém acontece um assassinato. Mas, ele consegue chegar na  Austrália e encontra somente a sua filha mais velha no centro de detenção de imigantes.



No outro quadro vemos a história de Cam Sandford (Jai Courtney), casado e pai de três crianças, que aceita ser guarda no Centro de Detenção de Imigração local. Ele desenvolve um conflito moral entre o bom salário que recebe podendo dar conforto a família e a moralidade em relação aos tratamentos dados aos refugiados pela chefe da guarda do local e como se gerencia o local.


Chega ao local Claire Kowitz (Asher Keddie) para tentar conter a impressão negativa que o centro de detenção passa para mídia; ela vive o conflito em sua lealdade ao governo e a crise de consciência em relação aos refugiados, que surge quando conhece a filha do afegão Ameer.

No centro de Detenção de imigrantes, apesar de parecer só uma passagem para receber abrigo dos australianos, alguns passam anos a espera de uma chance de poder viver livre, porém, o lugar não recebe a devida atenção tanto  da política quanto da mídia. Tudo muda quando descobrem a presença de uma australiana entre os detidos, fazendo com que todos voltem os olhos para o que acontece lá dentro.


Visão Psicoterapêutica e Reflexão em Sua Vida:

1.      Transtornos de comportamentos por carências familiar e afetiva.

 

o   Em ADÚ, Sandra a filha do ativista Gonzalo, é dependete química, por conta da carência afetiva paterna, que lhe foi ausente na infância e adolescência. Tenta preencher o vazio se entregando ao consumo de drogas. Ela esta presa na carência da infância e crença de que o pai nunca se importou com ela, por isso tem reações rebeldes e inconsequentes, justamente para chamar a atenção do pai, mesmo que seja de forma repreensiva ao seu comportamento, dessa forma, percebe enfim, que o pai a ama do jeito dele, porque ele também traz problemas de relações com pessoas preferindo se dedicar aos animais, principalmente aos elefantes. Como você esta na sua relação com seus pais, há algo que precisa ser trabalhado, que te incomoda e faz sofrer?

 

o   Em Estado Zero, Sofie apresenta carências em relação aos pais, por achar que eles preferem a irmã mais velha, crenças construidas na infância. Ela não percebe a preocupação da irmã e do pai; sente a frieza da mãe e acha que não é amada. Busca de qualquer forma preencher o vazio e quando não consegue suas angústias aumentam muito. O que Sofie precisa é um tratamento terapêutico de autoconhecimento, auto aceitação e ato amor, assim poderá conviver feliz onde quer que esteja, principalmete com a família. Como você se sente em relação a sua família?

 

2.      Problemas de consciência legal/imoral, certo/errado, culpa/responsabildiade.

o   Mateo, um guarda de fronteira sofre entre o que fazer com a consciência culpada e a lealdade aos amigos de profissão, por conta da morte de um refugiado durante a vigia deles na cerca de fronteira. Sua profissão é muito difícil, pos tem que conviver diariamente com situações extremas; a dificudlade dos refugiados e cumprir a lei de seu pais; isso cria sofrimentos e angústias. Será que nós estamos vivendo livres pra fazer o que é certo e correto em nossas profissões?

 

o   Cam, o guarda do Centro de Detenção de Regugiados vive o dilema entre estar empregado com um bom salário, podendo dar conforto a esposa e três filhos e a insatisfação da forma como se tratam os refugiados no local. Percebe-se em determinado momento estar se transformando no que critica e toma uma decisão. Isso deve nos fazer pensar o que é mais importante em nossas vidas, quais valores nos fazem bem e quais nos causam conflitos e sofrimentos. Cam, deciciu, e você?

 

3.      Refugiados, tema central -  O que temos com isso?

 

·         Estamos todos interligados pelo inconsciente coletivo, vejam abaixo na figura, fazemos uma analogia da nossa mente com o iceberg. A parte acima ao nível do mar é nossa mente consciente; a parte abaixo,  nossa mente inconsciente, observe que é muito maior, de 90 a 97% de toda mente. O mar seria o inconsciente coletivo.

 

 


·         Nessa figura imaginamos todos os inconscientes sendo banhados pelo mar do inconsciente coletivo, então tudo que acontece com um inconsciente, por estar no mesmo mar, de alguma forma acaba nos atingindo. Assim, temos muito a ver com o que esta acontecendo com os refugiados, enquanto estiverem nessa insegurança total e sofrimentos em suas vidas, de alguma forma isso nos afeta também ou seja, desenvolvemos depressões, ansiedades, medos, angústias, sem que mesmo damos conta de onda elas surgem.


 Assim, Temos tudo a ver com isso, e termino  com uma frase do poeta Francis Thompson:

“Por um poder imortal, todas as coisas, perto ou distante, ocultamente estão ligadas entre si. E tão ligadas estão, que não se pode tocar uma flor sem incomodar as estrelas”

ASSISTA O VÍDEO AQUI:


Vanderli Aparecida Pantolfi da Costa é Palestrante, Psicanalista

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